Departmento de Artes da UFPR
Revista Eletrônica de Musicologia
Vol. 5.2 /Dezembro de 2000
Sinopses

Editorial/Home
 


DOSSIER M-8: CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA HISTÓRIA DA MÚSICA COMPUTACIONAL ALGORÍTMICA BRASILEIRA. Jorge Antunes

O presente texto se reporta a uma obra musical escrita em 1970, com o auxílio do computador Eletrológica X-8 da Universidade de Utrecht, Holanda, usando-se o programa PROJECT 2 de Gottfried Michael Koenig. Nesse artigo, que trata de recuperar historicamente a obra, é dado tratamento musicológico à referida composição que foi escrita para ser executada por um grupo de músicos que faz uso, ao vivo, de sucata e objetos comuns do cotidiano, tais como: garrafas de plástico e de vidro, tampas de zinco, tubos de papelão e de ferro, papéis, parafusos, porcas, bolas de gude, fichas, tambores de gasolina, etc.

UM ESTUDO DE QUANTIDADES TEMPORAIS A PARTIR DE UMA ANÁLISE QUALITATIVA. Daniel Luís Barreiro/Edson Sekeff Zampronha

A percepção do tempo musical é freqüentemente estudada a partir da Teoria da Informação. Ela é vista, geralmente, como decorrência da quantidade de informação contida nos eventos sonoros presentes na obra. Neste trabalho procuramos mostrar o quanto esta visão não é suficiente. Como alternativa propomos uma outra hipótese, proveniente da semiótica, que afirma que a percepção do tempo musical é o resultado de uma síntese que o ouvinte realiza no intuito de tornar inteligível aquilo que escuta, introduzindo uma idéia que não está contida no objeto musical mas que ao mesmo tempo conecta partes deste objeto. Destaca-se que esse trabalho relaciona-se a uma pesquisa em andamento que conta com o apoio da FAPESP.

SEGMENTAÇÃO AUTOMÁTICA DE FLUXOS MUSICAIS: UMA ABORDAGEM VIA AGENTES RACIONAIS. Ernesto Trajano, Didier Guigue, Edilson Ferneda

A segmentação é uma das tarefas principais na análise musical. Pode-se dizer que a segmentação é a partição de um fluxo musical em segmentos homogêneos, de acordo com determinados critérios, critérios estes particulares de cada modelo analítico. Este artigo discute algumas questões relacionadas com uma metodologia de análise musical baseada no conceito de objeto sonoro. Neste modelo, o objeto sonoro pode ser definido como a combinação e interação de vários componentes da escrita musical.

SOBRE AS ORIGENS E A EVOLUÇÃO DA MÚSICA. Eduardo Reck Miranda

Estou investigando os mecanismos fundamentais da origem e da evolução da música em proto-mundos habitados por comunidades virtuais de músicos e ouvintes. A origem e a evolução da música não são estudados em um contexto que tome os mecanismos das mutações genéticas como principio, mas sim num contexto que diz respeito as leis e aos mecanismos sócio-culturais. Neste ensaio traço um painel deste projeto de pesquisa. Entre os componentes destacam-se o iluminismo francês, Wittgenstein, chimpanzés falantes e balbucios de bebês. Na medida em que se apresentam os elementos deste cenário interdisciplinar, os conceitos fundamentais da pesquisa serão introduzidos. Introduz-se a seguir a noção de modelagem evolucionista, discutindo-se seus mecanismos fundamentais. Descreve-se por fim duas experiências cujos resultados fundamentam os comentários conclusivos.