Revista eletrônica de musicologia

Volume VII - Dezembro de 2002

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“Novena para o Snr. Bom Jezuz dos Navegantes”:

mais uma obra de Barbosa de Araújo

 

Pablo Sotuyo Blanco[1]

Introdução

            O Acervo de Partituras “Manoel Tranquillino Bastos”, localizado na Sub-Gerência de Obras Raras e Valiosas da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (BPEB), contêm uma obra de Damião Barbosa de Araújo sobre a qual não há referência na bibliografia existente: a “Novena para o Snr. Bom Jezuz dos Navegantes”, segundo constam o título e a autoria que aparecem nas partes manuscritas encontradas.

Nas suas pesquisas e trabalhos sobre a música do distinto compositor baiano, Jaime C. Diniz menciona apenas a “Novena do Senhor dos Milagres”, da qual existem materiais originais no Arquivo Histórico Municipal de Salvador[2]. Por sua vez, José Eduardo Carvalho Filho alude à “música das novenas do Senhor do Bom-Fim”[3], questionando a atribuição de autoria ao compositor baiano João Manoel Dantas e colocando Damião Barbosa de Araújo como seu autor. Da “Novena para o Snr. Bom Jezuz dos Navegantes”, entretanto, ninguém tem-se ocupado, em tempos recentes.

Nosso Senhor dos Navegantes

O fato de ter sido dedicada ao “Snr. Bom Jezuz dos Navegantes” faz logo cogitar da possibilidade de ter sido composta, quer por devoção pessoal, quer por encomenda, para ser executada na celebração da véspera de Ano Novo que precede a saída da imagem do Nosso Senhor dos Navegantes, em procissão.

Muito popular entre as procissões e romarias náuticas anuais presentes em vários estados do Brasil[4], a referida procissão é original da Bahia. Segundo a tradição referida por Pierre Verger, foi instituída pelos navegantes que faziam o tráfego entre a Costa da África e a Bahia[5]. Sua manifestação mais tradicional seria aquela que se inicia na Igreja da Nossa Senhora da Boa Viagem, na península soteropolitana de Itapagipe, promovida pela Devoção do Senhor Bom Jesus dos Navegantes e Nossa Senhora da Boa Viagem, “carecente de regimento escrito, e governando-se tão somente por costumes”[6]. O autor Odorico Tavares descreve esta igreja como “um pequeno templo onde há excelentes azulejos representando cenas de salvamento em naufrágios: são autênticos ex-votos, talvez os únicos do Brasil neste gênero. A igrejinha tem uma bela fachada, é do século XVII”[7].

Embora não se possa estabelecer o ano em que começou essa tradição,  segundo refere João da Silva Campos:

No tempo de [Frei] Jaboatão não se efetuavam. Ou, se tal acontecia era assaz modesta, pois inexiste qualquer referencia á mesma em o NOVO ORBE, quando se ocupa da mencionada casa de Deus e da sua Ordem[8]

Sempre segundo Silva Campos, “rapazes em traje de banhistas transportam o andor da beira da praia para a galeota, fundeada a curta distância”[9], para transladar a imagem para a igreja matriz da Conceição da Praia, ao anoitecer do dia 31 de Dezembro, indo esperá-la no ponto de desembarque a imagem de Nossa Senhora da Conceição, aos ombros da sua irmandade. Recolhida à Matriz, aí fica depositada até as dez horas do dia seguinte, quando retorna à sua capela, após a missa conventual, embarcando na galeota “Gratidão do Povo” (Fig.1) no mesmo cais[10] e com o mesmo cerimonial da véspera.

Fig.1 – Fotos da Galeota “Gratidão do Povo”[11]

A descrição do percurso de retorno descrita por Silva Campos continua:

Embarcada a imagem na galeota, parte esta a reboque de pequena embarcação a vapor, em vez de ir a remo, segundo antigamente acontecia, - o progresso colaborando com a tradição, pois não são incompatíveis, e não repelindo-a, - indo a bordo desta uma banda de música. E forma-se a procissão, que vai até a altura da igreja de Santo Antônio da Barra, onde vira de bordo. Vem penetrar na bacia interna do porto, e, perlongando o litoral da cidade, dirigi-se enfim para a Boa Viagem, em cujas proximidades se lhe incorporam embarcações dos clubes de regatas[12].

 E acrescenta:

Á chegada do cortejo á praia fronteira á capela da Boa Viagem, em 1929, o que testemunhei foi verdadeiro delírio. O povo aglomerado no largo, numa tocante manifestação de fé, desatou em palmas e em calorosos vivas, á vista do venerando simulacro, havendo ido espera-lo na borda do mar, a fim de acompanha-lo ao templo, a imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem, em lindo andor, que á vezes é transportado por senhoritas[13].

            Mesmo sendo o trajeto Boa Viagem-Conceição da Praia-Santo Antônio da Barra/Porto da Barra-Boa Viagem (Fig.2) o único que na Bahia ainda se realiza com grande participação de navios diversos, mais uma vez Silva Campos informa:

Antigamente fazia-se mui arrojada festa do Senhor dos Navegantes na capela de São Francisco de Paula, á Água de Meninos, com procissão marítima. E na Segunda-feira da festa da Barra, os pescadores do arrabalde mandavam celebrar missa em louvor daquele mesmo Senhor, fazendo curta procissão por mar, com sua imagem, do sopé da colina da igreja de Santo Antônio até a ponta do farol, donde voltava[14].

Fig. 2 – Roteiro da Procissão marítima de Bom Jesus dos Navegantes[15]

 

Mas, trabalhando na hipótese da funcionalidade para-litúrgica da Novena que nos ocupa, surge a questão de qual teria sido o lugar e a hora da execução. Silva Campos diz que a saída da imagem do Nosso Senhor da igreja da Boa Viagem, acontecia “depois do tríduo, ou da novena, conforme as possibilidades financeiras da Devoção”[16]. Não conseguindo ainda ter acesso aos livros e registros da Devoção de Nossa Senhora da Boa Viagem, da capela de São Francisco de Paula ou da igreja de Santo Antônio da Barra, se continuará o presente estudo a partir das informações que surgem do próprio documento musical[17].

O Documento Musical: As folhas de rosto

As partes encontradas pertenceram a João Manoel Dantas (1815-1874), músico baiano nascido na cidade de Cachoeira, ativo como professor de violino, compositor e regente no Recôncavo Baiano[18]. Tanto fatores cronológicos quanto geográficos, explicariam a presença desta obra nas mãos de outro distinto músico, compositor e regente baiano, Manoel Tranquillino Bastos (1850-1935), também nascido em Cachoeira, e com similar atividade na mesma região[19]. Como se pode conferir na figura 3 (exemplo geral das diferentes folhas de rosto das partes encontradas), ela inclui o nome do instrumento que vai executar dita parte, o nome da obra, o compositor, o dono da cópia, acrescentando também uma inscrição no ângulo superior direito que diz “A. D. dos Reis”.

Fig. 3 – Folha de rosto da parte do Violoncelo[20]

Como se vê, a caligrafia é homogênea e consistente em todos os seus termos,  assim se mantendo em todas as partes. Porém, não é autógrafo de Damião, como o mostra o estudo caligráfico comparado desta obra com manuscritos autógrafos de Barbosa de Araújo, presentes na Fundação Gregório de Matos. No entanto, pode-se afirmar que a caligrafia pertence ao mesmo copista do “Memento a 4” do próprio João Manuel Dantas[21],  como surge da comparação direta das duas obras, Cabe notar que as partes do “Memento a 4” de Dantas não indicam mais do que a autoria na forma “Por J.M.D.”, designação corriqueira de autoria do referido compositor.

Resta o problema da significação da inscrição superior – “A. D. dos Reis”   sobre a qual se poderia especular no que diz respeito a motivos, sentidos e significados diversos. Podendo ser o nome de algum desconhecido copista, não se deve desconsiderar também a possibilidade dessa inscrição ser uma espécie de indicação de data, lembrete, ou mesmo algum tipo de dedicatória.

O Documento Musical:  Instrumentação, Texto e Música

Faltando folhas em várias das partes, a instrumentação mínima não está completa. A partir das frases incompletas do texto e dos compassos de pausa na parte de Tenor, pode-se deduzir que faltam partes vocais. As partes encontradas são as de Flauta única; Pistón 1º (incompleta); Tenor; Trompa 1ª; Violino 1º (incompleta); Violino 2º (incompleta); e Violoncelo. Faltariam então, no mínimo, uma outra parte vocal. A denominação de “Piston 1o” ou de “Trompa 1ª” bem podem sugerir a ausência da parte de um segundo instrumento para cada um deles, porém não se pode desconsiderar a possibilidade de serem simples erros de cópia.

Apresentando uma escrita homofônica própria do final do século XVIII europeu, o tratamento dos instrumentos, levando em consideração fatores como registro, dinâmica, e contornos melódicos, permite cogitar do uso de um orgânico instrumental que seguiria a relação seguinte: 1000 – 1100 – S (ou C) T – 4402, ou em outros termos:  Flauta; Trompa; Piston; Soprano (ou Contralto); Tenor; 4 Violinos I; 4 Violinos II; e 2 Violoncelos. A duplicação das cordas se justifica por simples questões de equilíbrio instrumental entre cordas e sopros, além de outros motivos possíveis, porém ainda não documentados, como a referida “situação financeira da Devoção” que tivesse encomendado esta peça, se for o caso. A ausência das Violas era comum neste tipo de agregado instrumental.

Tendo a Trompa e o Piston um claro tratamento harmônico, chama a atenção o tratamento especial dedicado à Flauta, cujas intervenções possuem um caráter quase de solista, ficando as vozes (elementos intrinsecamente solistas por conta do texto) num plano inferior de desenvolvimento melódico. Inclusive, em muitos casos, os Violinos I fazem o dobramento da linha da própria Flauta.

Realizada a edição da partitura[22], verificou-se a necessidade de, no mínimo, mais uma voz. Levando em consideração o texto predominantemente mariano, parece adequada a inclusão de uma voz feminina (Soprano ou Contralto).

Como já ficara esclarecido, o texto utilizado pertence na sua maior parte à tradição das ladainhas marianas, tendo incluído algumas seções escritas em português (o Pai Nosso, a Ave Maria e as Jaculatórias). Uma leitura da parte do Tenor (sem querer consolidar uma análise crítica do texto neste trabalho) expõe algumas das características da escrita do latim, as que poderiam ser consignadas ao copista ou mesmo a um possível mau aprendizado (ou ainda ao mau ensino) da escrita latina, o que parece ser um fato corriqueiro nas obras de vários compositores que trabalham com textos latinos. Uma comparação da escrita presente no manuscrito com os textos incluídos tanto no Theatro Ecclesiastico (de uso corriqueiro no século XIX no Brasil), quanto no Líber Usualis (L.U.), padrão mais recente dos textos litúrgicos, poderia gerar um quadro como o do exemplo 1[23].

Ex. 1 – Quadro comparativo da escrita do texto em Latim entre as diversas fontes

Ms.

T.E.

L.U.

Vaz

Vas

= T.E.

Consolatris

Consolatrix

= T.E.

Sancti

Sancte

= T.E.

Celis

Coelis

Caelis

Nec

Ne

= T.E.

Set

Sed

= T.E.

Nessecitatibus

Necessitatibus

= T.E.

Uma relação sumária do texto completo, indicando o texto faltante entre colchetes e em negrito, dará uma idéia mais clara da proporção ausente, a qual, na eventual tentativa de reconstrução das partes perdidas, poderia ser suficientemente coberta pelo acréscimo de apenas mais uma linha vocal. Em relação às Jaculatórias, devido à ausência de outras fontes semelhantes em português, não se tem conseguido completar o texto faltante (Ex.2).

Ex. 2 – Relação do texto presente e ausente no Ms. segundo a versão do L.U.  

SEÇÃO TEXTO
"Christum"

Christum Dei Filium venite adoremus

"Veni"

Veni Sancte Spiritus reple tuorum corda fidelium et tui amoris in eis ignem accende

"Padre Nosso"

[Padre Nosso] que estais no céu. Santificado seja o vosso Nome. Venha a nos o Vosso Reino. [Seja feita a Vossa Vontade] assim na terra como no céu.

"Ave Maria"

[Ave Maria, cheia de graça,] o Senhor é convosco. [Benta sois vós] entre as mulheres. Bento é o fruto do vosso Ventre: Jesus.

"Gloria Patri"

[Gloria Patri] et Filio et Spiritui Sancto

"Jaculatoria"

[...] (TACET na parte do Tenor)  

"Ladainha" - "Kyrie"

Kyrie eleison / Christe eleison / Kyrie eleison

"Pater"

Pater de caelis Deus, miserere nobis  

"Spiritus"

Spiritus Sancte Deus, miserere nobis  

"Santa Maria"

[Sancta Maria] ora pro nobis  

1º Vº "Sancta Virgo"

[Sancta Virgo virginum] ora pro nobis  

2º Vº "Vas insigne"

Vas insigne devotionis, ora pro nobis  

3º Vº "Consolatrix"

[Consolatrix afflictionem, ora pro nobis] (TACET na parte do Tenor)

"Agnus Dei"

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, Parce nobis Domine.  

"Agnus Dei" [Povo]

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, Miserere nobis

"Sub tuum presidium"

Sub tuum praesidium confugimus Sancta Dei Genitrix. Nostras deprecationes ne despicias in necessitatibus nostris, sed a periculis cunctis libera nos semper, Virgo gloriosa et benedicta.

"Jaculatorias"

1ª [ ... ]

2ª [ ... ] só no vosso Reino queremos entrar

3ª [ ... ] seu rumo guiai ao porto celeste

Como estrutura geral, observa-se a articulação das línguas no texto da forma seguinte (sendo L = Latim; e P = Português e uma letra por seção):

L – L – P – P – L – P – L – L – L – L – L – L – L – L – L – L

 Ou       L – L – P – P – L – P – P – P – L – L – L – L – L – L – L – L – L – L

            A estrutura musical da Novena, condicionada pela estrutura dos textos, segundo aparece na maioria das partes, segue o esquema do Exemplo 3:

Ex. 3 – Estrutura Musical  no Ms.  

INCIPIT ANDAMENTO COMP. TOM Nº DE COMP.
"Christum" Allegro 3/4 Ré M 35
"Veni" Allegro 3/4 Ré M 34
"Padre Nosso" Allegro 3/4 Sol M 21
"Ave Maria" Allegro 3/8 Sol M 22
"Gloria Patri" Andante moderato 3/4 Sol M 8
"Jaculatoria" Adagio 3/4 Sol M 22
"Ladainha" - "Kyrie" Andante moderato 2/4 Sol M 15
"Pater" Andante moderato 2/4 Sol M 16
"Spiritus" Moderato 2/4 Sol M 18
"Sancta Maria" Adagio 3/4 Sol M 11
1º Vº "Sancta Virgo" Allegro 2/4 Sol M 8
2º Vº "Vas insigne" Adagio poco 3/4 Sol M 8
3º Vº "Consolatrix" Andante sostenuto 3/4 Sol M 8
D.C. 1º Vº "Sancta Virgo" Allegro 2/4 Sol M 8
"Agnus Dei" Andante 2/4 Sol M 13
"Agnus Dei" [Povo] Andante 2/4 Sol M 14
"Sub tuum praesidium" Andante 3/4 Fá M 39
"Jaculatorias": 1ª Adagio 3/4 Sol M 22
Adagio 3/4 Sol M 21
Adagio 3/4 Sol M 20

O Exemplo 3 mostra, então, que a tonalidade que claramente predomina é a do Sol Maior, estando apenas 3 seções em outras tonalidades como Ré Maior e Fá Maior, alternando entre compassos binários e ternários, e uma curva de evolução dos andamentos que “desce” desde o Allegro até o Andante, considerando as três Jaculatórias do final, apenas como uma opção de substituição da Jaculatória existente entre o Gloria Patri e a Ladainha. 

Num total que pode então, oscilar entre 300 e 331 compassos (dependendo de se substituir a Jaculatória pelas outras três do final, ou não), chama a atenção o final em Fá Maior e compasso ternário, devido às mudanças que a presença desta tonalidade coloca no espaço sonoro.

Um estudo comparado desta novena com a do N.S. dos Milagres e a do N.S. do Bonfim se impõe para um futuro próximo, assim como uma edição crítica das duas últimas, na procura do “estilo” Barbosa de Araújo e da consistência desta obra no conjunto da produção musical do distinto compositor bahiano.

 

Notas

[1] Graduado em Composição pela Escola Universitária de Música (Montevidéu, Uruguai). Atualmente cursa o Doutorado em Música (Composição) no PPGMUS-UFBA, sendo orientado pelo Prof. Jamary Oliveira, PhD; e co-orientado pelo Prof. Manuel Veiga, PhD. Para ler o currículo acesse http://www.ufba.br/~psotuyo/luppo.htm

[2] Aos atuais cuidados do Setor Áudio-Visual da Fundação Gregório de Matos, órgão vinculado à Prefeitura de Salvador.

[3] Carvalho Filho, José Eduardo. A Devoção do Senhor Jesus do Bom-Fim e sua História. Salvador: Typ. de São Francisco, 1923. 24.

[4] Entre os estados que atualmente mantêm esta procissão se destacam Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

[5] Verger, Pierre. Notícias da Bahia de 1850. Salvador: Corrupio, 1999. 76.

[6] Campos, João. Procissões Tradicionais da Bahia (Publicações do Museu da Bahia. Nº1) Salvador: Secretaria de Educação e Saúde, 1941. 130.

[7] Tavares, Odorico. Bahia: Imagens da Terra e do Povo. Rio de Janeiro: Tecnoprint, [s.d]. 19.

[8] Campos, 130.

[9] Campos, 131.

[10] Atualmente é utilizado o cais do Comando do 2º Distrito Naval, em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia.

[11] A foto da esquerda foi gentilmente cedida pela Emtursa e disponibilizada on-line no endereço http://www.emtursa.com.br/agenda.html; a da direita, foi realizada pelo pesquisador Pierre Verger, e gentilmente cedida pela Fundação Pierre Verger para o presente artigo.

[12] Campos, 133.

[13] Campos, 134.

[14] Campos, 135-136.

[15] O esquema do trajeto náutico foi realizado a partir da carta náutica da procissão, gentilmente cedida por David Perrone, saveirista amador e participante ativo desta procissão.

[16] Campos, 130.

[17] Contatos estabelecidos com a Devoção da N. S. da Boa Viagem, informaram que nos últimos 50 anos não se realizaram Novenas, tendo optado pelo Tríduo (que acontecia tradicionalmente nos dias 29, 30 e 31 de Dezembro). Este foi adiantado para os dias 28, 29 e 30 de Dezembro, sendo a Missa de Embarcação celebrada no dia 31 e oficiada pelo Arcebispo da Bahia, em horário condicionado ao nível da maré.

[18] Souza, Antônio Loureiro de. Noticia Histórica de Cachoeira (Estudos Baianos Nº5). Salvador: EdUFBa, 1972. 54.

[19] Poder-se-ia cogitar acerca do conhecimento pessoal entre Araújo e Dantas, assim como da transferência de materiais musicais entre Araújo, Dantas e Bastos; três gerações de músicos baianos, que ultrapassam os limites cronológicos do século XIX.

[20] Reprodução gentilmente autorizada pela BPEB para o presente artigo.

[21] O Ms. do “Memento a 4” se encontra na Pasta Nº53 no Acervo de Partituras “Manoel Tranquillino Bastos” da BPEB.

[22] Disponível no endereço http://www.ufba.br/~psotuyo/luppo.htm ou pelo e-mail psotuyo@ufba.br .

[23] Para as referidas comparações, o texto em latim da parte de tenor foi comparado com os textos correspondentes, presentes no trabalho de Fr. Domingos do Rosário, Theatro Ecclesiastico (Lisboa: Impressão Regia, 1817), assim como no Líber Usualis. Missae et Officii (Tournai: Desclée, 1962).

 

Bibliografia Consultada

CAMPOS, João da Silva. Procissões Tradicionais da Bahia. Publicações do Museu da Bahia. Nº1. Salvador: Secretaria de Educação e Saúde, 1941.

Carvalho Filho, José Eduardo. A Devoção do Senhor Jesus do Bom-Fim e sua História. Salvador: Typ. de São Francisco, 1923.

Diniz, Jaime Cavalcanti. Damião Barbosa de Araújo. Memento Baiano Para Coro e Orquestra. Estudos Baianos  Nº2. Salvador: EdUFBa, 1970.

Liber Usualis. Missae et Officii. Tournai: Desclée, 1962.

Querino, Manuel. A Bahia de Outrora. Salvador: Progresso, 1955.

-----------------. Artistas Bahianos. 2a ed. melhorada e cuidadosamente revista. Salvador: Officina de “A Bahia”, 1911.

Rosário, Domingos do. Theatro Ecclesiastico. Lisboa: Impressão Regia, 1817.

Souza, Antônio Loureiro de. Noticia Histórica de Cachoeira. Estudos Baianos Nº5. Salvador: EdUFBa, 1972.

Tavares, Odorico. Bahia: Imagens da Terra e do Povo. Rio de Janeiro: Tecnoprint, [s.d.].

Verger, Pierre. Notícias da Bahia de 1850. Trad. Maria Aparecida da Nóbrega. Salvador: Corrupio, 1999.